quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Londres: O que é que está acontecendo, afinal?
Hoje completam quatro dias de medo e de dúvidas. Quatro dias que estamos em Londres. “O que é que está acontecendo, afinal?” E a primeira resposta está estampada em cada um dos jornais londrinos que circulam pelos cafés: no última sexta-feira, dia 4 de agosto, um homem foi morto pela polícia. O momento foi filmado por um celular. O vídeo não demorou a circular pelas mídias sociais. E não demorou a criar uma corrente violenta, revoltosa e perigosa.
Foi o estopim, para dizer a verdade. A Europa está em crise econômica, e as gangues estão nas ruas. Antes, cada uma dessas gangues de Londres lutavam entre si. Cada uma respondia pelo nome de seu bairro, pelo número de seu CEP. Porém, no sábado, dia 5, elas se juntaram. Criaram uma rede conectada por Blackberrys. E armaram um protesto - formado por desempregados, gente indignada e criminosos - em Tottenham, na região norte da cidade.
Mas tudo perdeu o controle. Porque já faz tempo que as gangues, os imigrantes e O Sentimento de Londres estão vivendo em uma linha tênue de angústia e tensão. A Inglaterra também está em crise. O governo está apertando os impostos, revendo benefícios e pressionado os cidadãos. Querem resultados. Querem se recuperar. E estão cobrando caro por isso. Serão as manifestações de Tottenham apenas o começo de uma resposta sórdida da sociedade?
As gangues então tomaram as ruas. Moleques perdidos e alucinados. Gente de 15, 18 anos. E os imigrantes, contrariando a lógica preconceituosa de serem a escória desta civilização, se juntaram para bater esses moleques de frente. Os turcos e árabes também estão fora de suas casas. Estão fazendo a ronda. E cuidando para que não sejam saqueados por esse bando que agora vaga sedento pelos bairros da região Leste e Norte da capital inglesa.
E o bando está vagando pelas esquinas, e quebrando, queimando, e saqueando tudo que encontram livres pela frente. Shoppings estão em chamas. Ônibus e carros foram quebrados. O governo pede para os turistas ficarem em casa. E corre por aqui a informação de que até mesmo a estação de metrô e as ruas de Camden Town, onde está situado um dos mercados mais cool de Londres, não foi poupado pelo levante. As vitrines estão no chão. E o fogo está sendo controlado pelos bombeiros.
Mais de 200 pessoas já foram presas. E o número tende a aumentar nos próximos dias. Talvez não só em Londres. Talvez não só na Inglaterra - onde já se verifica focos de tensão em outros centros, como Liverpool e Birmigham. E talvez não só na Europa.
Não importa se pelo Bem, ou pelo Mal; os Jovens estão tomando as ruas. E não vão parar enquanto não conseguirem de volta o fôlego que precisam para respirar. Londres está cinza, tensa e intensa hoje. E, na real, ninguém sabe ao certo a razão e o sentido. Certo é que a terça-feira amanhece agora ansiosa e preocupada. E todos nós queremos saber como é que essa história vai virar quando essas London Riots começarem a avançar.
Seção : ragga - Noticia - 10/08/2011 15:06
Bernardo Biagioni é autor do blog ilovebubble.com
disponível em http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_13/2011/08/10/ficha_ragga_noticia/id_sessao=13&id_noticia=42415/ficha_ragga_noticia.shtml
sexta-feira, 17 de junho de 2011
A REVOLTA DA VACINA
decidido a sanear e modernizar a cidade o então presidente da republica rodrigues alves 1902-1906,deu plenos poderes ao prefeito pereira passos e ao DR oswaldo cruz. para executarem um grande projeto sanitario.oswaldo cruz,convidado a assumir a direção geral da asude .a falta de saneamento basico no rio de janeiro,provocou constantes epidemia,oa agentes sanitarios ivadiam as casas e vacinavam as pessoas a força sem se quer nenhum esclarecimento,isso provocou a revolta nas pessoas.a manifestação popular e conflitos espalhavam-se pelas ruas da capital brasileira .em 16 de novembro de 1904,o presidente rodrigues alves revoga alei da vacinação obrigatoria,colocando nas ruas o exercito,a marinha e a policia para acabar com os tumultos.em poucos dias a cidade voltava a calma e a ordem.ao rememorar os destroços sociais da revolta da vacina, o autor ilumina semelhantes da vida brasileira.
PARTICIPAÇÃO:
Jordana
Gabriela
Edna
Gabriel Soares
Cangaço
sexta-feira, 10 de junho de 2011
A seguir estou postando um texto, bastante interessante, que acessei a partir do twitter do presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli. É um texto do jornalista Beto Almeida, sobre o herói popular brasileiro João Cândido, nome dado ao mais novo navio petroleiro da Petrobrás (clique aqui para ver o post anterior). O texto nos faz pensar um pouco mais sobre o Brasil do passado e de hoje, nossos heróis históricos e nossos heróis vivos, nosso presente e o que queremos para o futuro da nação. Embora tenha sido imortalizado em canções populares, seria muito interessante que um dia, também que o “almirante negro” fosse um dia reconhecido como herói também pela Marinha do Brasil. Este é o tema desta pequena introdução ao texto sugerido para leitura.
Filho de ex-escravos, João Cândido Felisberto liderou a “Revolta da Chibata” em 1910, quando os marinheiros se revoltaram contra os constantes castigos físicos (incluindo a chibata) utilizados até então pelos oficiais para punir seus subordinados. A cúpula da Marinha – naquela época formada predominantemente por membros da elite branca e aristocrática do Brasil -, defendia que os castigos físicos eram a melhor forma de punir os erros dos marinheiros, em sua maioria, negros e mestiços filhos de ex-escravos.
A abolição da escravidão ainda era algo recente na história do país. Parte significativa de nossa elite política e econômica era extremamente conservadora, a ponto de ter sido ampla a aceitação, entre setores da elite nacional, de idéias racistas divulgadas por eugenistas europeus e americanos. Chega a ser difícil de compreender como um país de mestiços aceitou idéias eugenistas que defendiam o “branqueamento” da população, como “solução” (?!) para o país se desenvolver.
Naquela época, parcela significativa da cúpula da Marinha ainda era dominada por uma mentalidade conservadora, elitista e escravocrata, que facilitava a aceitação de práticas como o açoitamento dos marinheiros. A manutenção deste tipo de tratamento retrógrado, desumano e degradante contra seus subordinados marinheiros, em sua maioria, de origem humilde, negros ou mestiços, levou à revolta.
João Cândido fez um grande bem à Marinha do Brasil, colaborando com sua modernização, livrando-a definitivamente dessas práticas nefastas de chicoteamento, que eram verdadeiras sessões de tortura dos marinheiros. Os oficiais mais conservadores, contrários a qualquer forma de modernização das Forças Armadas, construíram sobre a memória de João Cândido, o que ficou conhecido como “”fantasma da insubordinação” e da “quebra de hierarquia”. Como todos sabemos, estes “fantasmas” voltaria a assombrar as Forças Armadas ao longo de todo o século XX. Obviamente este discurso da “insubordinação” e da quebra de hierarquia foi muitas vezes “construído” para acusar os “de baixo” de algo que os “de cima” também estavam cometendo, como em 1964, quando os oficiais das Forças Armadas se insubordinaram contra o Presidente da República e derrubaram o governo eleito pelo povo.
Na década de 1900-1910, os oficiais da Marinha descumpriam sistematicamente as ordens do próprio Presidente da República, Marechal Deodoro da Fonseca, que havia assinado o decreto número 3, de 16/11/1889, proibindo os castigos físicos aos soldados e marinheiros, incluindo expressamente a proibição do uso da chibata nestes castigos. Isto significa que, desde 1989 – portanto por mais de uma década -, oficiais da Marinha transgrediam simultaneamente a Lei e as ordens de um superior hierárquico, o Marechal Deodoro da Fonseca. Os oficiais que descumpriam o decreto presidencial, no entanto, não foram punidos, enquanto João Cândido, que liderou um movimento de marinheiros a favor do cumprimento da Lei e da modernização da Marinha, foi simplesmente expulso da corporação. Durante toda sua vida o marinheiro lutou para ser reincorporado à Marinha, mas nunca conseguiu, morrendo solitário e discriminado, em 1969.
Olhando retrospectivamente, João Cândido defendera o ideal da modernização da Marinha – e neste sentido, das Forças Armadas -, ao menos uma década antes do surgimento do movimento tenentista, que nos anos 1920-1930, defenderia a modernização das Forças Armadas e de todo o país.
Embora tenha sido reconhecido como herói popular nacional, imortalizado em canções populares como “almirante negro”, foi somente em 2005 que seu nome foi incluído no “Livro dos Heróis da Pátria”, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Entretanto, João Cândido só foi realmente anistiado em 2008, sem ter sido reincorporado post mortem à Marinha. Isto significa que sua anistia não significou qualquer direito à sua família a qualquer forma de indenização, e ele continua com a patente que tinha quando foi punido com a expulsão da corporação.
Considerando que faltam heróis negros e mestiços entre os patronos das nossas Forças Armadas, é muito triste ver como ainda temos resistências na Marinha em homenageá-lo. Talvez isto torne a iniciativa da Petrobrás ainda mais louvável.
Este navio marca a recuperação da indústria naval brasileira, sendo o primeiro petroleiro deste porte, encomendado no Brasil, pela Petrobrás, em mais de uma década. O último navio deste porte havia sido encomendado em 1987 e foi entregue com grande atraso, 10 anos depois. Este é o primeiro dos 22 petroleiros, dentre um total de 49 embarcações, encomendadas pela Petrobras à indústria naval brasileira.
GUERRA DOS CONTESTADOS
O monge João Maria, primeiro líder espiritual da região
A Guerra do Contestado foi um conflito que alcançou enormes proporções na história do Brasil e, particularmente, dos Estados do Paraná e de Santa Catarina. Semelhante a outros graves momentos de crise, interesses político-econômicos e messianismo se misturaram ao contexto explosivo. Ocorrido entre 1912 e 1916, o conflito envolveu, de um lado, a população cabocla daqueles Estados, e, de outro, os dois governos estaduais, apoiados pelo presidente da República, Hermes da Fonseca.
A região do conflito, localizada entre os dois Estados, era disputada pelos governos paranaense e catarinense. Afinal, era uma área rica em erva-mate e, sobretudo, madeira. Originalmente, os moradores da região eram posseiros caboclos e pequenos fazendeiros que viviam da comercialização daqueles produtos.
GRUPO: ALICE,SARA,ANA LUIZA
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/guerra-do-contestado.jhtm
Guerra de Canudos
Em 1897, foi enviado uma quarta expedição, com milhares de soldados de todo o país e as melhores armas que o exercito possuia .Essa expedição dizimou o arraial de canudos , massacrando sua população .
Diante dessa situação, o governador da Bahia se dirigiu , em 1986 .
do ver que canudenses prisioneiros eram trazidos da frente do combate , mandou dizer ao general Artur Oscar que ele bem sabia que ele , ministro , não tinha onde guarda prisioneiros conforme relatar o disputado e escrito César Zama , acrescenta que o general Artur Oscar compreendeu bem o alcance da resposta do seu superior hiraquia .
Todos os homens presos aparti daquele momento erram degolados , assim chamado gravata vermelha , acontecia que estarem e serem dormindo e serem acosados , acordados para se lhe dar a morte . Depois de feita a chamada , organizava aquele batalhão martivos , de braços atados em um ao outro tendo cada par dos quardas , e dos cabos e um soldado ao mando do chefes do Maranhão .
Revolta da Chibata
Por Miriam Ilza Santana |
A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.
Na ocasião rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade. Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves. Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta". Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros, atos amparados pelo estado de sítio que a "segunda revolta" fez o Congresso Brasileiro aprovar. (FONTE: Wikipédia)
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Causas da revolta
O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta. O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.
(FONTE: Sua pesquisa)
sexta-feira, 27 de maio de 2011
SEMANA DA ARTE MODERNA 1922
Participações e como foi
Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.
A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos.
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
BY: TAINNÁ DIAS , LUCIANA ROBERTA , LARISSE MEDEIROS , FERNANDA FREITAS , BETHANIA ALVES.
O MOVIMENTO OPERARIO NO BRASIL
O Tenentismo
Tenentismo foi o nome dado ao movimento político-militar e à série de rebeliões de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro no início da década de 1920, descontentes com a situação política do Brasil. Não declaravam nenhuma ideologia, propunham reformas na estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o fim do voto de cabresto, instituição do voto secreto e a reforma na educação pública.
Os movimentos tenentistas foram: a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, a Revolução de 1924 e a Comuna de Manaus de 1924 e a Coluna Prestes.
O movimento tenentista não conseguiu produzir resultados imediatos na estrutura política do país, já que nenhuma de suas tentativas teve sucesso, mas conseguiu manter viva a revolta contra o poder das oligarquias, representada na Política do café com leite. No entanto, o tenentismo preparou o caminho para a Revolução de 1930, que alterou definitivamente as estruturas de poder no país.
Tenentes
Rebelião
Fonte:Wikipédia
Nomes:Paulo Sergio
Victor.G
Edenilson
Jefferson
sexta-feira, 18 de março de 2011
A revolução do internetês
Na ponta do teclado, o internetês dá nome a um conjunto de abreviações de sílabas e simplificações de palavras que leva em conta a pronúncia e a eliminação de acentos. | |
Por Silvia Marconato Vc jah viu exe tipo de texto? Pois eh, ixo eh o internetes... ou melhor, o internetês. Essa forma de expressão grafolingüística explodiu principalmente entre adolescentes que passam horas na frente do computador no Orkut, em chats, blogs e comunicadores instantâneos em busca de interação - e de forma dinâmica. No Brasil, um batalhão de 15 milhões de usuários troca 500 milhões de mensagens por dia por meio do Messenger (MSN), o comunicador instantâneo da Microsoft. - O brasileiro adere fácil à tecnologia; é um povo muito aberto à comunicação - explica Priscyla Alves, gerente de produtos, comunicação e marketing para Brasil e América do Sul da Microsoft. O Ibope/NetRatings divulgou em janeiro que o internauta brasileiro continua sendo o campeão mundial da navegação, com uma média de 17 horas e 59 minutos, deixando para trás Estados Unidos, Japão e Austrália. Essa ansiedade do brasileiro por contato já foi alvo de estudo de Anne Kirah, uma antropóloga americana que vive em Paris e ajuda a Microsoft a desenvolver produtos. Numa de suas pesquisas, Anne conviveu por semanas com famílias de adolescentes brasileiros. Chamou sua atenção a tendência de o interneteiro no Brasil ter, em geral, permissão para sair só uma vez por semana. A antropóloga concluiu que o nosso adolescente usuário do computador faz das ferramentas on-line uma extensão da vida social. Na frente do monitor, marca encontros, mantém viva a emoção do fim de semana e estreita laços com novos amigos. A linguagem que pontua tal dinâmica social é o internetês. Integrados à tecnologia e com acesso fácil a computadores e conexões de banda larga (62% dos nossos internautas a usam), os jovens buscam respostas rápidas, proximidade com seus interlocutores e nutrem a expectativa de aproveitar cada momento de diversão. A ansiedade por contato teria estimulado, assim, o hábito de escrever mensagens e a busca de novas formas de expressão ligeira e funcional. No pacote, vieram a simplificação da linguagem e a farta eliminação de vogais. Leia mais em - http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11061 Caros alunos. Sei que já conversamos sobre o internetês, mas acho importante retomarmos a discussão sobre o uso do internetês nas atividades escolares no meio virtual. O que vocês acham? |
Uma advertência ao mundo
Ao descrever a devastação em uma cidade do Japão, um jornalista escreveu: “É como se uma patrola gigante tivesse passado por cima e arrasado tudo o que existia. Escrevo sobre estes fatos como uma advertência ao mundo”. O jornalista era Wilfred Burchett, que escrevia desde Hiroshima, Japão, em 5 de setembro de 1945. Burchet foi o primeiro jornalista do Ocidente a chegar a Hiroshima após o lançamento da bomba atômica. Informou sobre uma estranha enfermidade que seguia matando as pessoas, inclusive um mês depois desse primeiro e letal uso de armas nucleares contra seres humanos. Suas palavras podiam perfeitamente descrever as cenas de aniquilação que acabam de se verificar no noroeste do Japão. Devido ao agravamento da catástrofe na central nuclear de Fukushima, sua grave advertência ao mundo segue mais do que vigente.
O desastre se aprofunda no complexo nuclear de Fukushima após o maior terremoto da história do Japão e o tsunami que o sucedeu, deixando milhares de mortos. As explosões nos reatores número 1 e número 3 liberaram radiação em um tal nível que ela foi detectada por uma navio da Marinha dos EUA a uma distância de 160 quilômetros, obrigando-a a afastar-se da costa. Uma terceira explosão ocorreu no reator número 2, fazendo com que muitos especulassem que um compartimento primário, onde fica o urânio submetido à fissão nuclear, teria sido danificado. Pouco depois o reator número 4 foi atingido por um incêndio, apesar dele não estar funcionando quando o terremoto atingiu o país. Cada reator utilizou o combustível nuclear armazenado em seu interior e esse combustível pode provocar grandes incêndios, liberando mais radiação no ar. Todos os sistemas de resfriamento falharam, assim como os sistemas de segurança adicionais. Uma pequena equipe de valentes trabalhadores permanece no lugar, apesar da radiação perigosa, que pode ser letal, tratando de bombear água do mar às estruturas danificadas para esfriar o combustível radioativo.
O presidente Barack Obama assumiu a iniciativa de liderar um “renascimento nuclear” e propôs novas garantias de empréstimos federais de 36 bilhões de dólares para promover o interesse das empresas de energia na construção de novas plantas nucleares (o que se soma aos 18,5 bilhões de dólares aprovados durante o governo de George W. Bush). A primeira empresa de energia que esperava receber esta dádiva pública foi a Southern Company, por dois reatores anunciados para a Georgia. A última vez que se autorizou e se concretizou a construção de uma nova planta de energia nuclear nos Estados Unidos foi em 1973, quando Obama estava no sétimo ano na Escola Punahou, em Honolulu. O desastre de Three Mile Islan, em 1979, e o de Chernobyl, em 1986, efetivamente fecharam a possibilidade de avançar em novos projetos de energia nuclear com objetivos comerciais nos Estados Unidos. No entanto, este país segue sendo o maior produtor de energia nuclear comercial no mundo. As 104 plantas nucleares são velhas e se aproximam do fim de sua vida útil originalmente projetada. Os proprietários das plantas estão solicitando ao governo federal a prorrogação de suas licenças para operar.
A Comissão Reguladora Nuclear (NRC, na sigla em inglês) está encarregada de outorgar e controlar estas licenças. No dia 10 de março, a NRC emitiu um comunicado de imprensa “sobre a renovação da licença de operação da usina nuclear Vermont Yankee, próxima de Brattleboro, Vermont, por mais vinte anos”. Está previsto que o pessoal da NRC conceda logo a renovação da licença”, dizia o comunicado de imprensa. Harvey Wasserman, da NukeFree.org, me disse: “O reator número 1 de Fukushima é idêntico ao da planta de Vermont Yankee, que agora aguarda a renovação da sua licença que o povo de Vermont pretende encerrar. É importante levar em conta que esse tipo de acidente, esse tipo de desastre, poderia ter ocorrido em quatro reatores na Califórnia, caso o terremoto de 9 graus na escala Richter tivesse atingido o Cânion do Diabo em San Luis Obispo ou San Onofre, entre Los Angeles e San Diego. Poderíamos perfeitamente estar testemunhando agora a evacuação de Los Angeles ou San Diego se esse tipo de coisa tivesse ocorrido na Califórnia. E Vermont tem o mesmo problema. Há 23 reatores nos Estados Unidos que são idênticos ou quase idênticos ao reator n° 1 de Fukushima. A maioria dos habitantes de Vermont, entre eles o governador do Estado, Peter Shumlin, apoia o fechamento do reator Vermont Yankee, desenhado e construído pela General Eletric.
A crise nuclear no Japão repercute mundialmente. Houve manifestações em toda a Europa. Eva Joly, membro do parlamento europeu, disse em uma manifestação: “A ideia de que esta energia é perigosa, mas que podemos manejá-la, foi rechaçada hoje. E sabemos como eliminar as plantas nucleares: necessitamos de energia renovável, energia eólica, energia geotérmica e energia solar. A Suíça deteve seus planos de renovar as licenças de seus reatores e 10 mil manifestantes em Stuttgart pediram à chanceler alemã Angela Merkel o fechamento imediato das sete plantas nucleares alemãs construídas antes da década de 80. Nos Estados Unidos, o deputado democrata de Massachussetts, Ed Markey, disse: “o que está acontecendo no Japão neste momento dá indícios de que também nos Estados Unidos poderia ocorrer um grave acidente em uma usina nuclear”.
A era nuclear iniciou não muito longe de Fukushima, quando os Estados Unidos se converteram na primeira nação na história da humanidade a lançar bombas atômicas sobre outro país, duas bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de civis. O jornalista Wilfred Burchett foi o primeiro a descrever a “praga atômica” como a chamou: “nestes hospitais encontro gente que, quando as bombas caíram não sofreram nenhuma lesão, mas que agora estão morrendo por causa das sequelas. Sua saúde começou a se deteriorar sem motivo aparente”. Mais de 65 anos depois de Nurchett sentar-se em meios aos escombros com sua castigada máquina de escrever Hermes e escrever sua advertência ao mundo, o que aprendemos de fato?
(*) Denis Moynihan colaborou na produção jornalística desta coluna
(**) Tradução: Katarina Peixoto